Pesquisa realizada anualmente pela Unidas (União Nacional de Instituições de Autogestão em Saúde), com dados envolvendo 56 operadoras de autogestão em saúde, que atendem os principais planos de saúde suplementar do país, mostra que, em 2021, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) liderou as internações no Brasil, correspondendo a 20,11% das hospitalizações.
Em 2022, até 8 de dezembro, segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, 104.486 pessoas morreram vítimas de AVC.
A doença pode ser evitada em até 90% dos casos se os principais fatores de risco modificáveis puderem ser controlados, como a hipertensão e o diabetes, ressalta a presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), Sheila Cristina Ouriques Martins. O diabetes, por exemplo, atinge pelo menos 9% da população adulta brasileira, segundo levantamento do Vigitel 2021, que faz parte das ações do Ministério da Saúde para monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. O número representa alta de 11,7% em relação a 2020.
“As internações por AVC são potencialmente evitáveis e, para mudar essas estatísticas, é preciso desenvolver amplas ações de prevenção e proteção em atenção primária, que é a principal porta de entrada do SUS (Sistema Único de Saúde)”, salienta Sheila. “É necessário a preparação dos profissionais de saúde para o atendimento adequado e, também, para disseminar a prevenção. A população precisa, cada vez mais, ser orientada sobre os principais fatores de risco das principais doenças crônicas, como eles podem ser evitados e quando buscar atendimento médico”, completa.
Tipos de AVC, sinais e socorro ágil
Existem dois tipos de AVC. O isquêmico, ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e que corresponde entre 80% e 85% dos casos. Já o hemorrágico, acontece quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe.
Entre os principais sinais de um AVC estão a perda de força súbita e/ou dormência súbita de um braço e/ou perna e/ou face, especialmente em metade do corpo; dificuldade de falar ou entender a fala; tontura; alterações visuais súbitas em um olho, nos dois olhos ou na metade de cada olho; dor de cabeça súbita e intensa, diferente do habitual. “Ao suspeitar que uma pessoa esteja tendo um AVC, peça para ela sorria e veja se um lado do rosto não mexe. Verifique também se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar, ou se um membro não se move e se apresenta fala enrolada”, explica a neurologista.
Quando o Acidente Vascular Cerebral ocorre, o tempo é precioso, já que, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. “Por isso, identificar rapidamente os sinais do AVC e o socorro ágil evitam o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte”, conclui.
Sobre a Rede Brasil AVC
A Rede Brasil AVC é uma organização não governamental criada em 2008 com a finalidade de melhorar a assistência multidisciplinar ao paciente com AVC em todo o país. É formada por profissionais de diversas áreas que, unidos, lutam para diminuir o número de casos da doença, melhorar o atendimento pré-hospitalar e hospitalar ao paciente, melhorar a prevenção ao AVC, propiciar a reabilitação precoce e reintegração social. Mais informações no site https://redebrasilavc.org.br/.
Sobre a World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC)
A World Stroke Organization (Organização Mundial do AVC) é o único órgão global voltado exclusivamente para o AVC. Com cerca de 3.000 membros individuais e 90 membros da sociedade em todas as regiões do mundo, representa mais de 55.000 especialistas em AVC em ambientes clínicos, de pesquisa e comunitários.
Mais informações em world-stroke.org.
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